quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Bogdanov e o Proletkult:

A prioridade de boa parte do mercado editorial á obras e autores reacionários prejudica a pesquisa de artistas e militantes no Brasil. Não existe, por exemplo, praticamente nada sobre Bogdanov; aliás não é de se espantar que muitos comunistas brasileiros desconheçam as suas ideias.  Bogdanov, o grande teórico russo do movimento de cultura proletária, é figura indispensável para todos que se ocupam do debate estético marxista. Sendo este autor o cabeça do Proletkult, ele chegou a rivalizar com o próprio Lenin nas determinações do bolchevismo.Mesmo assim é notório o silêncio dos comunistas brasileiros sobre o autor que praticamente lançou a palavra de ordem arte proletária.
  É em parte a Bogdanov que devemos os ensinamentos para uma arte de agitação e propaganda. É ao Proletkult que devemos a lucidez histórica de varrer o lixo burguês do mundo das artes e apresentar o trabalhador enquanto artista e o artista enquanto trabalhador. Tachado por vanguardistas desmiolados e formalistas de plantão como " teórico de uma cultura obreira" , Bogdanov propagou pelos quatro ventos da Rússia revolucionária a arte proletária . Esta expressão, hoje praticamente ausente no meio artístico de uma classe média cool e pós-moderna, ainda representa a saída política revolucionária da arte. 
 Uma arte proletária empenhada em exprimir as vivências e a ideologia da classe operária, deve competir imediatamente com as aberrações visuais do mundo pop e o vazio performático que nunca dizem nada aos trabalhadores. Com a cultura das periferias fervendo em fogo alto, as ideias do Proletkult tem muito a oferecer aos grafiteiros e rappers que protestam contra a classe dominante. Um novo movimento de cultura proletária instalado no cotidiano operário poderá ajudar e muito no alinhamento ideológico marxista.


                                                                              José Ferroso

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