quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

É novamente hora de cantar e protestar:

Woody Guthrie considerava o seu violão uma " arma de matar fascistas ". Ele estava certo: nada pode ser mais eficiente no combate ao pensamento reacionário do que o violão. Tocar e cantar pode ajudar os trabalhadores na sua luta diária contra a barbárie capitalista. Eis uma dimensão fundamental da música popular que não pode ser esquecida. A música de Woody, por exemplo, tornou-se um símbolo de resistência da esquerda dos anos trinta, exatamente num dos lugares mais difíceis do mundo para alguém ser de esquerda, ou seja, os EUA. Mas falando do Brasil de 2014, acho que a mesma pegada musical do protesto ainda precisa ser discutida e levada em conta pelos militantes de esquerda. A música de protesto hoje, liberta de qualquer forma de dirigismo ideológico ou sectarismo estético, deverá pulsar cada vez mais pelos labirintos da cultura.
  Um discreto interesse pela folk song entre jovens músicos brasileiros, já delineia a necessidade artística de conceber a música popular enquanto instrumento político de agitação. Nada mais prático do que o folk, pois ele não requer aparelhagem, não dá muito trabalho. Basta um violão para arranhar, uma gaita para gritar e letras inteligentes que denunciem os problemas sociais do mundo contemporâneo. É claro que não estou pregando uma defesa sectária da música de protesto. Estou apenas dizendo que o folk, sendo cada vez mais conhecido entre jovens, pode ajudar a entender a música não somente no plano da curtição. É necessário também ouvir a canção, pensar o canto e prolifera-lo aos quatro ventos. É dever dos músicos de hoje protestar contra uma sociedade que em meio a tantos ruídos quer silenciar o inconformismo político.


                                                                                              Tupinik

Nenhum comentário:

Postar um comentário