sexta-feira, 28 de março de 2014

A tentativa de lançar luz sobre o debate estético da esquerda:

O nosso blog está na praça desde julho de 2011(www.boletim-lanterna.blogspot.com). Alguma celebração em vista? Nem tanto, pois apesar do esforço militante (traduzido em artigos, vídeos, manifestos, ciclos de filmes e reproduções de textos chaves do pensamento marxista sobre literatura e arte), nós e outros trabalhadores revolucionários da cultura, estamos em plena " solidão revolucionária ". Esta não deixa de ser expressão, produto histórico, da atenção dada pela esquerda brasileira de hoje aos problemas artísticos. Por outro lado, como poderíamos recorrer ás dezenas de artistas de classe média, individualistas e narcisistas,  imersos nas ocas visões da pós-modernidade? Falar em arte revolucionária é uma tarefa para aqueles que entendem o artista como trabalhador, o criador como militante. É o proletariado e os artistas ganhos á causa comunista,  que possuem as condições históricas para exercer a práxis da arte revolucionária em suas inúmeras concepções.  Diante disso, é vital que as publicações de esquerda se voltem também para o combate artístico.  
 Vários companheiros nos apoiam, é verdade. Vários companheiros nos esculhambam, também é verdade. É exatamente neste jogo dialético entre o aplauso e a vaia que procuramos colocar o debate estético enquanto dimensão fundamental da luta política contra o capitalismo. Uma coisa esteja clara: não temos a menor intenção de sermos porta vozes do debate artístico. Isto seria despautério, histerismo intelectual. Não, o que queremos é contribuir com a ideia de uma imprensa cultural de esquerda neste país. Nosso trabalho diário, de pesquisa e agitação, compreende um esforço independente voltado para as mais diversas organizações de esquerda, interessadas em inserir as discussões literárias e artísticas, ampliando a sua agenda cultural: se os debates em torno da política cultural, utilizados muitas vezes no pragmatismo da disputa eleitoreira, são presenças eventuais, então a práxis da arte encontra-se miúda, rala e ralada pela mediocridade política e pela incapacidade de organização do front cultural.
 Nós do Lanterna: Boletim de Arte Revolucionária, continuaremos a nossa militância: é esta mesma militância que cobriu as inovações gráficas e audiovisuais das jornadas de junho de 2013, que aponta para o potencial revolucionário da arte das periferias, que retoma e discute com paixão(entre os seus próprios colaboradores) a produção artística dentro de diferentes orientações teóricas( arte proletária, surrealismo, pop, construtivismo, cinema de autor, performance , etc). Colocamos nosso trabalho a serviço dos interesses históricos da classe operária. É com muita sensibilidade que cultivamos nossos punhos cerrados contra a cultura dominante.


                                                                           Conselho Editorial Lanterna    

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