segunda-feira, 17 de março de 2014

As sementes da Arte Socialista:

Durante a guerra fria, os países do chamado bloco socialista, criaram de fato uma arte socialista? Definitivamente o realismo socialista não pode ser a arte que expressa a libertação dos trabalhadores. As limitações estéticas de uma arte de convenção, feita segundo os interesses de um centro de poder autoritário, só poderia ter dado mesmo com os burros na água. Mas, se as burocracias ruíram em meio á ofensiva capitalista e ás graves contradições internas do bloco socialista, o socialismo enquanto projeto está de pé, assim como uma arte que nos ensine a ver para além do horizonte plastificado da burguesia.
  Precisamos buscar as sementes para uma futura arte socialista não na universidade, nos cursos técnicos, nem mesmo nas instituições artísticas. Uma arte realista, didática e que forneça as imagens de ataque ao status quo, só podem nascer de dentro da cultura dos trabalhadores. Mas, existindo, como sabemos, uma produção cultural dos trabalhadores, seria ela expressão automática do socialismo? Não é sob a penúria de informações, sob o comando do crime organizado(que defende e necessita do capital), do uso alienante da religião e tão pouco sob a oscilação entre paternalismo e repressão do Estado, que uma nova arte proletária poderá florescer. A nova arte das periferias que hoje é positiva porque destoa e agride o gosto burguês, precisa ser politizada: ela deve familiarizar-se com o marxismo para avançar na forma e no conteúdo.
 Que a nossa publicação assim como outras iniciativas comprometidas com o papel revolucionário da arte, se comuniquem efetivamente e contribuam com ideias que possam mobilizar o proletariado na criação artística que semeia o futuro, que semeia o socialismo.



                                                                                     Lúcia Gravas

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