As performances estão cada vez mais presentes no mundo urbano, gerando situações cênicas de estranhamento. Isto é muito bom, mas seria legal também procurar o elemento surpresa, o inesperado, o choque que desafia o limite entre o que é representação e o que não é. Ou seja, o que é preciso ser experimentado no cotidiano das metrópoles são os happenings.
Como todos sabem os happenings tiveram o seu auge no pós-guerra, especialmente nos anos sessenta. Por que ele ainda seria uma solução válida para intervir na vida social? O happening em sua essência libertária não pode ser comercializado porque não pode ser previsto, nem sequer calculado em seus efeitos e possibilidades. Se praticado no espaço público, tão massacrado nas cidades brasileiras, ele pode levar á tomada de consciência sobre algo tremendamente perigoso para a classe dominante: se todas as nossas ações forem entendidas como " atuação " segundo normas culturais e por conseguinte políticas, então é possível desestruturar os papeis sociais pelo corpo em estado de mobilidade inesperada. É enfim o gesto poético , as proposições coletivas de liberdade enquanto frutos de situações a serem inventadas. O happening ainda pode " acontecer enquanto acontecimento libertário "...
Os Independentes
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