O suporte muda, a estéticas variam(e ás vezes pulverizam-se) e as expressões modificam-se, mas quem sacou que a arte não flutua na estratosfera pós-moderna, sabe que expressar-se artisticamente significa agir diante da luta de classes. Então a arte que defendemos é só isso? Diríamos que a partir disso é muito mais: as questões étnicas, sexuais, religiosas, de gênero também revelam em arte conflitos específicos, vitais, mas que não se separam dos problemas econômicos fundamentais do nosso tempo. A compreensão desta interdependência entre questões culturais e econômicas, que se manifesta nas expressões artísticas que hoje pululam inclusive pelo espaço público das mais diferentes cidades do mundo, depende e muito da consciência política do artista em questão.
Por artista não consideramos aqui " um gênio especializado ": a atividade do artista e do intelectual dispensa certificados, loros, elogios e palminhas. Como disse Oswald de Andrade " Viva a rapaziada /O gênio é uma grande besteira ". Despido de mimos e vaidades, o artista libertário que olha para um mundo escravizado pelo capital, não vacila e coloca sua atividade a serviço dos oprimidos e contra a classe dominante. Este mesmo artista precisa questionar tanto as formas por ele utilizadas em seu trabalho, quanto a sua visão de mundo: pra tanto, ele precisa conhecer não apenas a História da arte mas História política e econômica das civilizações. Aprofundando a sua formação política o artista aprimora suas capacidades criativas e suas pesquisas plásticas. É deste artista que precisamos.
Os Independentes
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