domingo, 13 de julho de 2014

Sem cultura afro não haveria arte moderna:

A crise da civilização burguesa deflagrada pelos movimentos de vanguarda, fez ruir a caquética beleza greco-romana. Esta evidência histórica ocorrida durante a Belle Époque, embasava-se em novos padrões estéticos, promotores de uma verdadeira Revolução cultural. Mas o que precisa ficar cada vez mais claro no estudo deste período ímpar da História da arte ocidental, é que a cultura afro foi um componente fundamental neste processo de ruptura estética. É exatamente esta contribuição que chacoalhou a poeira conservadora da pintura e da escultura, que a exposição Do Coração da África, que está ocorrendo no MASP, revela. Com Curadoria de Teixeira Coelho, a exposição conta com 49 obras realizadas até a primeira metade do século passado por tribos da nação dos iorubás. 
  Este evento é imperdível para que se entenda a rebelião estética moderna como gesto( formal e ao mesmo tempo político) enraizado na cultura afro. É a África, saqueada pelo imperialismo europeu, que reage contra a burguesia minando os padrões expressivos da arte europeia: Pablo Picasso e o cubismo de um modo geral, que o digam! É portanto este significado de contestação social, já percebido pelo crítico Mário Pedrosa ao referir-se ao cubismo, que precisa ser acentuado.

                                                                                       Os Independentes

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