Há exatos setenta e seis anos, ocorria na Cidade do México um dos episódios mais importantes da cultura revolucionária do século XX: em companhia do pintor muralista Diego Rivera, o escritor surrealista André Breton e o revolucionário russo Leon Trotski, redigiram o Manifesto Por uma Arte Revolucionária Independente. O texto seria o ponta pé inicial para a FIARI(Federação Internacional de Arte Revolucionária Independente), cujo objetivo era reunir artistas revolucionários do mundo inteiro, contrários ao nazifascismo, ao stalinismo e á democracia burguesa. Vociferando contra a lama do realismo socialista e a barbárie estética do fascismo, esta organização embora não tenha historicamente vingado(com a eclosão da Segunda guerra mundial dispersando artistas e intelectuais, somada á desentendimentos internos, a FIARI morreu antes de nascer), permanece como referência para que os artistas militantes de hoje não recaiam nas tolices do zhdanovismo.
O manifesto da FIARI precisa continuar a ser discutido dentro da esquerda brasileira. Apesar de suas passagens datadas, ele ainda elucida importantes questões.Para Breton e Trotski " Toda licença em arte " não tem a ver com o liberalismo que toma conta da vida artística atual: para ambos uma arte livre é a única que pode colaborar com a Revolução social. O imperativo " A independência da arte para a Revolução ", também é de grande significado quando hoje nos deparamos com o caráter reacionário da grande mídia reprimindo a dimensão libertária da arte; além disso este apelo também denuncia a atual incompreensão de muitos militantes de esquerda para com as questões específicas da arte. Viva a FIARI!
Os Independentes
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