sábado, 26 de julho de 2014

A música de Violeta Parra é o alicerce da canção de protesto:

Sabemos que cantar é vital: é o ato de cantar que pode no Brasil de hoje ajudar a furar o bloqueio ideológico da mídia burguesa e esclarecer graves questões que assolam o país(repressão política, por exemplo...).Violeta Parra, espinha do movimento musical Nova Canção Chilena, é uma referência para todos os militantes latino americanos. Ela responde a duas perguntas: cantar para quem? Que canto buscar? Se o músico militante não pode ficar cantando para si ou para meia dúzia de companheiros(e nem preciso dizer que hoje o isolamento político é um dos grandes males de muitos ativistas no Brasil), ele deverá se comunicar com os trabalhadores: estamos na democracia burguesa e não na ditadura burguesa, sendo que cantar é um ato político viável(pelo menos até o presente momento). Neste sentido o músico militante pode inclinar-se para as raízes da canção popular, do folclore. Este obviamente não é o único caminho para a música de protesto, mas tendo Violeta Parra como referência, é uma direção importante para tomar a canção popular enquanto manifestação que deve integrar movimentos sociais. 
  Cantora e compositora(além de ceramista e artista plástica), Violeta Parra estabeleceu no pós-guerra as bases rítmicas e o universo de classe para a moderna canção de protesto latino americana. Rompendo com a visão deslumbrada dos versinhos burgueses sobre o latifúndio no Chile, ela coloca em foco a voz dos camponeses oprimidos. Fruto de pesquisas sobre  a música local e sobre o folclore chileno, esta nova sensibilidade musical não se separou mais do inconformismo político que alimentaria a música das futuras gerações. Penso que no Brasil de hoje, Parra é a cantora que pode ser um modelo para movimentos sociais: estes precisam buscar estratégias de comunicação popular e ao mesmo tempo comprovar que lutar/cantar não é crime.

                                                                                         Tupinik 
  

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