Já que a bola da Copa furou, é preciso que os escritores revolucionários, sejam eles romancistas, poetas, contistas, etc, percebam que eles possuem neste momento uma tremenda força política. Com a classe trabalhadora frustrada, não tem esquema midiático que consiga mobilizar as emoções das massas. E não acredito que se o escritor fizer a crítica das formas de alienação ele esteja abrindo alas para uma direita raivosa. Se esta direita avança, uma nova crítica revolucionária precisa cavar espaço, inclusive no plano cultural. Denunciar um nacionalismo pretensamente " popular " não é fortalecer a direita, mas reorientar a ideologia da esquerda. Portanto, nestas circunstâncias, os escritores podem nos bairros operários estimular a leitura de uma literatura realista que possibilita uma outra leitura da realidade brasileira: desfeita a embriaguez alienante e chegada a ressaca, as letras possuem a missão política do esclarecimento sobre a situação concreta do trabalhador brasileiro, e portanto o seu papel político que confere sentido a sua situação de classe. Uma literatura combativa é indispensável na construção da hegemonia da classe operária. Escrevam a verdade que os falsos holofotes do nacionalismo não podem mais esconder!
Lenito
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