A diminuição do público em algumas casas de espetáculos, revelam que as temporadas teatrais estão(sobretudo em São Paulo) enxugando e muito. Não creio que exista " a causa " do teatro ou " a bandeira " do teatro, já que a ação teatral é parte de um setor cultural mais amplo, que como afirmamos constantemente aqui, não pode fugir de uma posição política que responda aos problemas maiores da sociedade(dos quais o teatro é parte). Se por um lado o incentivo do Estado não é suficiente, sendo que até mesmo numa sociedade escravista como a da Grécia antiga o teatro podia receber maior atenção(pois a arte cênica era fundamental naquela civilização), por outro não é esta cultura estabelecida nos dias de hoje que poderá salvar o teatro brasileiro: a pequena burguesia, que compõe este público miado, gosta mesmo é de lojas, produtos eletrônicos e badaladas redes de fast food. Inserir o teatro como um elemento a mais no playground desta gente, significa reprimir a criatividade revolucionária que o teatro pode ter.
O fato é que o teatro precisa ser parte integrante da vida cultural entre setores sociais progressistas. Uma luz no fim do palco envolve a garotada, sejam eles estudantes ou trabalhadores, que quando vão ao teatro é para experimentar o que a sociedade de consumo não pode dar; ou seja reflexão e participação carnal num ato coletivo. São estes mesmos jovens que desejando ou não fazer teatro, estão próximos das organizações políticas de esquerda, que devem mobilizar não apenas para a sua própria máquina partidária mas para uma produção cultural na qual o teatro é valorizado e aceito enquanto setor revolucionário da vida social.
A saída para o teatro brasileiro é a mesma para toda a cultura: engajar-se entre aqueles que possam realmente transformar o espaço público e que possam estimular os tatus para saírem da toca.
Geraldo Vermelhão
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