Diante das eleições, o que pode um ator? Ele pode fazer propagandas para partidos políticos, sem dúvida. Mas nos pontos de ônibus, nos camelódromos, na beira das praças, em frente ao boteco, existem tantas possibilidades cênicas... São contextos não apenas para publicidade mas para arte politizada. Estes espaços pedem um teatro político que seja ágil, objetivo, funcional e popular. Se tudo o que existe pode ser teatralizado, então por que diabos os atores ficam segurando na barra da saia dos gregos, reproduzindo ilusões com tragédias e comédias nos quais muda-se apenas o texto? Um teatro proletário, que comunica a necessidade de transformação política, possui outros imperativos estéticos.
Teatrólogos como Piscator e vários outros andam esquecidos. Na minha opinião existem fortes motivos ideológicos para isso: ao desmistificar a distância entre ator e público, entre arte e reportagem, entre teatrólogo e militante, o teatro proletário dos teóricos de esquerda do início do século passado, contribui para converter a ação teatral num exercício cotidiano de reflexão social e contestação política.
Estando poucos dias do primeiro turno das eleições, a cultura revolucionária pede enquanto ação informativa/viva, um teatro proletário. Alguns jovens militantes do teatro já colocam esta ideia em andamento.
José Ferroso
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