domingo, 26 de janeiro de 2014

Artistas proletários devem se politizar para resistir:

A produção artística das periferias mundiais sofre tanto com as tentativas de cooptação/esvaziamento pelo mercado quanto com a repressão política. Ambas as reações burguesas querem controlar e segregar manifestações culturais que destoam dos padrões expressivos e comportamentais tolerados pelo Estado capitalista. Enquanto que no Brasil a arte de vários funkeiros é hostilizada nos rolezinhos e artistas punks recebem o estigma de " vândalos mascarados " (sendo que muitos deles não concordam com a violência nos protestos de rua), nos EUA a Suprema Corte Americana utiliza letras de músicas para " comprovar crimes " e condenar rappers. Portanto o que assistimos é uma ofensiva internacional do sistema que procura pelas instituições capitalistas criminalizar as obras e a linguagem dos artistas proletários(ainda que alguns deles não sejam mais proletários, sua arte exprime normalmente o universo operário). 
  De um modo geral, a produção artística desenvolvida por punks, rappers e funkeiros obedece a um protesto(ainda que em muitos casos inconsciente) contra uma sociedade que em nome de uma democracia abstrata(com conteúdo de classe, ou seja a classe burguesa) e de uma diversidade cultural com claros limites sociais, procura fazer com que o proletariado apenas trabalhe e compre. Entretanto, quando os trabalhadores descobrem que podem fazer e disseminar uma arte própria, quando percebem que sua arte e o seu protesto nas ruas vão além das imposições políticas do capital, estamos falando então de sujeitos históricos. Conflitos acabam rolando: a elevada temperatura entre manifestantes e a força do Estado gera tensões e ás vezes o pau come (e como !). Sendo assim, não existe outra saída para os artistas trabalhadores senão persistir com a sua produção e ao mesmo tempo compreender o funcionamento do sistema. É indispensável que este artista não julgue a prática intelectual como algo " de cima " e sim enquanto instrumento que ajuda na sua luta diária: as teorias do marxismo e do anarquismo estão aí para contribuir com a consciência de classe e o fortalecimento de uma arte que tem por missão revolucionar os indivíduos. 



                                                                                  Os Independentes 

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