sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O revolucionário no teatro brasileiro:

(...) Em termos de dramaturgia, rapidamente se constata que o filão descoberto era cândido e comovido demais para enfrentar um público cujos problemas e valores eram mais complexos e ricos. Daí ao isolacionismo, foi um passo. Como sói acontecer, o revolucionário que ainda não consegue uma tática adequada á sua estratégia, procura, no primeiro impulso, o isolamento, como forma de se instalar, ainda que abstratamente, na proximidade do mundo social que almeja. Como sói acontecer, o revolucionário volta-se, não mais contra o seu inimigo principal e, sim, contra seus mais próximos aliados. Do Arena de São Paulo ao CPC da UNE foi um passo. É extraordinário mas o CPC da UNE  surgiu como uma reação ao Arena de São Paulo. O CPC via no Arena um teatro limitado, funcionando em Copacabana (o Arena de São Paulo, na época, estava no Rio) para um público de elite. Para o CPC, o Arena era um teatro irremediavelmente pequeno-burguês.



                                                           Oduvaldo Vianna Filho, 1968.

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