terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A luta dos Artistas Trabalhadores contra a Indústria Cultural, depende de uma Direção Política Socialista:

É natural que o artista militante direcione sua munição contra a produção cultural que circula pelos mais variados meios de comunicação de massa. A imagem da arte do nosso tempo entra em conflito com o modo de produção capitalista, gerando um contraste que é a própria expressão das contradições sociais. Sendo assim nada mais consequente do que entrar em choque com os padrões industriais de estéticas que reprimem o necessário conflito imagético, a discrepância que possibilita a crítica social e a contestação política. Ao mesmo tempo, para utilizarmos orientações estéticas corretas e capazes de gerar efeitos libertários, devemos levar em conta que o conceito de indústria cultural não é  mais o mesmo empregado pelo filósofo Adorno(as relações entre os meios como o cinema, o rádio e a televisão com o espectador, modificaram-se, em parte, com as novas tecnologias digitais). Contrariando a tese de Adorno não podemos mistificar uma certa imobilização política, ou seja, não se trata de um processo irreversível de dominação pela técnica(e as teorias de Adorno, embora possuam uma contribuição atual e ímpar, refugiam-se na torre de marfim porque seu pessimismo envolto em uma " dialética da negatividade ", nega a militância cultural porque em última instância nega o próprio caráter revolucionário contido na classe trabalhadora).
   Se a indústria cultural consiste na produção em série de produtos culturais resumidos em uma estética simplificadora/homogeneizadora, feita de fórmulas e portanto sem variações formais, é inegável o seu poder para compensar ilusoriamente os desejos adiados pelo trabalho alienado. Claro que as formas artísticas e literárias que exprimem a oposição política, quando isoladas, não fazem sequer cócegas na barriga do dragão. No entanto, se as estéticas comprometidas com o socialismo desenvolverem um trabalho sistemático, a oposição política pela arte pode adquirir projeção dentro das democracias burguesas: a circulação de uma produção artística revolucionária depende exclusivamente do acolhimento dentro das organizações políticas de esquerda. Portanto,  arte revolucionária não é a velha formiguinha contra o gigante, mas uma força potencialmente transformadora que depende de uma direção política disposta a enfrentar o capital sob todas as suas formas(inclusive aquelas da indústria cultural).
  O isolamento do artista socialista e do militante da cultura é parte do mesmo problema das categorias de trabalhadores que não possuem uma liderança política combativa. Logicamente que a arte não deve e não pode prestar contas á organismos políticos, mas sua eficácia na realidade social depende do apoio destes últimos. Portanto, desanimar diante da alienação da cultura da chamada "classe C" , novo filão da indústria cultural, julgando que no fundo o proletariado não " quer saber de socialismo ", é dar voz a um sentimento derrotista que leva inevitavelmente para a torre de marfim. Insistamos na atualidade da arte revolucionária e no necessário apoio que esta necessita por parte das esquerdas.


                                                              Os Independentes

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