segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Brecht analisa o Realismo:

(...) Fazer do realismo uma questão de forma, vincula-lo a uma forma, e somente a uma, e a uma forma velha, é esteriliza-lo(...) Os princípios formais que podemos extrair dos clássicos do realismo burguês, do realismo da época capitalista e imperialista, estão longe de serem suficientes(...)Não podemos impedir a literatura de aproveitar as faculdades recentemente adquiridas pelo homem de hoje, tais como a percepção simultânea, a audácia da abstração, a rapidez nas combinações mentais. Se o que se pretende é um rigor científico, é preciso examinar, com a paciência de um beneditino, que é precisamente a paciência de um sábio, o efeito resultante em cada caso em que estas faculdades são adaptadas ao domínio da arte(...)Não podemos deduzir o realismo de certas obras existentes: ao contrário, devemos empregar, para mostrar a realidade como dominável pelos homens, todos os processos, antigos ou novos, provados ou inéditos, derivados da arte ou de outros terrenos. É preciso evitar confundir tema e conteúdo: coloca-se em contradição as escolhas pessoais do autor com a tendência dos temas.


                                                                      Bertolt Brecht

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