Com a crise econômica comendo solta, quem pode acreditar nas falsas imagens do cinema comercial? Com exceção dos paspalhos que divorciam a câmera do olhar crítico, começa a ficar claro que o filme brasileiro não pode ser uma extensão da linguagem dos filmes norte americanos. A descolonização da arte cinematográfica, exige que pensemos referenciais imagéticos capazes de comunicar-se honestamente com o público: é a miséria e a alienação que devem ser objetos de análise, de reflexão.
A imagem em movimento, não pode escapar das determinações históricas resultantes da realidade material dos países latino americanos. Não importa o gênero: nenhuma comédia ou nenhum filme policial podem ser perpétuos copiadores de fórmulas que visam separar a realidade do filme da realidade histórica. Estamos num momento em que o cineasta brasileiro deve buscar uma sólida formação política, literária e teatral, afim de possuir elementos que viabilizem imagens com os ritmos, os cheiros, a textura e os sons de um país que não se resume ao deslumbramento consumista da indústria cultural.
Para não morrer enquanto linguagem, o cinema brasileiro deve estar em seu lugar histórico: a barricada que desafia " os mandamentos " do capital.
Geraldo Vermelhão
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