segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A intervenção de uma " estética pop ":

Nas mais diferenciadas manifestações de rua dos nossos dias, existe a utilização recorrente de uma linguagem, por assim dizer, pop: mascaras, camisetas e cartazes com apropriações de ícones da cultura de massa, fantasias que parodiam símbolos do consumismo, etc. É fato que nem toda esta estratégia simbólica  contemple inimigos do status quo. Depende-se muito do uso político que é feito do pop... Aliás, é no ambiente de classe média, aonde nasceu e atualmente se reproduz esta estética pop(cuja raiz histórica é a própria Pop Art, do pós guerra), que encontramos posturas políticas distintas: da defesa (consciente ou não) da democracia burguesa, exercida por profissionais liberais e estudantes conservadores, até o caráter anarquista reivindicado por artistas libertários, estudantes rebeldes e militantes anticapitalistas.
 Nesta bagunça simbólica/ideológica, aonde cabe desde os mais contestadores coletivos de street art até os mais " alegres " devoradores de sabão em pó e paladinos da " democracia ", a esquerda não pode ficar comendo poeira. Inserir a luta operária num contexto marcado por uma sensibilidade pop, pode trazer importantes avanços para a consciência dos trabalhadores(estes também, não estão fora da cultura de massa). Se a reivindicação política das massas é a base para uma passeata popular, deve-se aprender com a irreverência das estéticas libertárias de rua.


                                                                                                      Marta Dinamite

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