quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A perenidade das obras de arte:

Não apenas estetas e historiadores da arte, mas qualquer pessoa atenta ao potencial sensível/transformador da experiência artística, pergunta-se como uma determinada obra, passados tantos anos, ainda pode comover/comunicar-se com homens de períodos históricos posteriores. Marx e Engels enquanto pais do socialismo científico, não eram menos atentos a este aspecto da vida cultural. Aliás, o próprio Marx escreveu sobre o fato assombroso da arte grega ainda proporcionar deleite estético, mesmo passados séculos após o fim do modo de produção escravista. Bem, esta indagação, é um desafio para aqueles que pensam a arte em seu sentido político transformador. 
  Quando o conteúdo, que exprime uma época(e os meios técnicos desta mesma época), torna-se forma e perpassa contextos históricos, então a arte que encarna o ponto de vista político dos setores oprimidos, passa potencialmente a ser um campo sensível que educa o trabalhador de hoje. Ou seja, estudar as obras que ainda se comunicam conosco, além de ser um dado ligado ao caráter " atemporal " de um clássico, pode ser também uma força política que seleciona as obras de arte verdadeiramente combativas: afinal de contas, o alcance político depende de qualidade artística para sobreviver ao fluxo de mudanças históricas.


                                                                                                              Lenito   

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