sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Górki é fundamental:

Se enfocamos aqui a necessidade de uma literatura politizada e portanto comprometida com os setores explorados e marginalizados da sociedade, não resta dúvida que o escritor Máximo Górki é uma figura a ser prestigiada dentro da crítica literária revolucionária. Suas profundas raízes naturalistas conferem uma base de sustentação estética, utilizada segundo os interesses históricos do proletariado. Manejar com maestria a pena embasada no naturalismo, era em Górki um ato político progressista: se naturalistas do calibre de Zola escreveram sobre o proletariado, isto não resultava diretamente em um ponto de vista político revolucionário. No caso de Górki, a escolha naturalista reside num trampolim para se discutir os dramas sociais através de uma ótica combativa, afinada com as lutas do proletariado.
 Górki, apesar de militante, não foi um teórico marxista brilhante: excesso de passionalidade e de individualismo, levaram o escritor russo a generalizações e superficialismos(Lenin o criticou quando ele disse que o socialismo deveria participar de forma religiosa diante dos camponeses russos). Sua contribuição para a desastrosa estética do realismo socialista não envolveu uma adesão aos caminhos do totalitarismo stalinista(aliás o autor nem pode ser considerado um adepto do stalinismo). Uma leitura romântica do realismo realizada por Górki consiste em carência teórica e não na cumplicidade com o terror de Stálin. Para que possamos compreender as contribuições de Górki, estas estão no seu trabalho como romancista, contista e dramaturgo. Obras como A Mãe e Pequenos Burgueses , são fontes que abastecem a literatura de esquerda.

                                                                                      Geraldo Vermelhão

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