quinta-feira, 6 de novembro de 2014

No caminho da arte libertária:

Se a arte pode questionar o conjunto das formas de opressão que regem o capitalismo, então não pode existir uma receita de bolo para isso. Cada artista ou coletivo precisa estudar, pesquisar estratégias expressivas e lições estéticas, mas nunca aprisionar suas práticas aos esquemas de sempre. Não é novidade pela novidade, mas o direito de experimentar formas e logo garantir a invenção. Posto isto, é preciso agora desmistificar posições teóricas pseudo anarquistas adotadas por alguns artistas: nas cabeças ocas aonde a preguiça teórica e a tagarelice fazem morada, existe uma sensibilidade que apesar de rebelde, não consegue amadurecer e tornar-se expressão cultural/política do proletariado. Os reflexos disso estão em manifestações artísticas que aparentemente são anárquicas, mas que na realidade esquivam-se dos problemas políticos e logo de uma ética libertária.
 Quando algum artista deseja comunicar a opressão, ele apresenta a possibilidade histórica de uma outra realidade: seja ele anarquista ou comunista(e o diálogo entre ambos precisa existir!), sua arte é a negação da ordem capitalista. Trata-se assim da negação de algo que existe, e não a negação de tudo e de todos, como se não tivéssemos algo melhor para fazer: destruição pela destruição além de ser fácil, é mesquinho perante as tarefas libertárias que a arte pode realizar. Anarquia é um projeto político, e portanto sua chave traduzida enquanto gesto simbólico na arte não permite vaidades e palavras vazias, mas a oposição frente a tudo que ameaça a liberdade humana. Resumindo: se alguém deseja ser um artista libertário, procure saber antes o que significa anarquismo do ponto de vista político.

                                                                                          Marta Dinamite 
 

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