terça-feira, 4 de novembro de 2014

O jazz nos salva da alienação:

O capitalismo nos deixa todos muito ferrados: roubados, pregados, abatidos, com a vida evaporando nas jornadas de trabalho. Como repor a imagem perdida que o capital levou embora? Sim, a indústria cultural tem seus espetáculos emporcalhados, que só servem para reforçar o sistema quando estamos " descansando ". Quando penso num tipo de música, que possa combater o estado de alienação em que vivemos, penso no jazz.
 Tem gente ignorante que concebe o jazz enquanto coisa elitista. Bobagem! O jazz é expressão de um estado de liberdade num mundo aonde a liberdade não existe. Quer dizer, quando colocamos um jazz pra tocar, é como se o som fosse convertido em algo vivo, improvisado, solto, sensual, como a vida. Se nos deixarmos levar pela música do jazz, então não tem sentido em querer competir ou acumular riquezas. A música em si, enquanto coisa livre e apaixonante, nos leva a um tipo de existência social que faz pouco caso das exigências capitalistas. Sendo o jazz a música que expressa o melhor da cultura afro norte americana, fica claro porque este gênero musical causou tanto furor: no coração imperialista dos EUA,  a burguesia enquanto classe que se caracteriza dentre outras coisas pelo racismo, não conteve o jazz, um som que faz o proletariado repor sua imagem através de uma cultura rebelde. É claro que os nazistas odiavam o jazz: não existe hierarquia, racismo, homofobia, machismo, e outros absurdos, quando descobrimos que corpo e música acabam por negar o status quo. Jazz é música fundamental para nossa emancipação política. Foi assim por exemplo nos anos quarenta e cinquenta. Acho que de certa forma, ainda pode ser assim.

                                                                                                Tupinik 

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