quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Mostra de Cinema Russo:

Termina hoje(19/11) na Cinemateca Brasileira em São Paulo, a mostra Mosfilm 90 anos. Organizado pelo Núcleo de Cultura da UMES(União Metropolitana de Estudantes), o evento envolveu a exibição de dez longas metragens produzidos pela Mosfilm(Moscou Filmes), importante produtora de filmes russos.Com entrada franca, esta mostra representa uma iniciativa culturalmente louvável, que permite um imprescindível  debate estético sobre a História do cinema russo. Dos pioneiros na criação do cinema soviético dos anos vinte, passando pelo sombrio período das tesouras stalinistas entre as décadas de trinta e quarenta, a mostra aproxima-se dos nossos dias ao exibir produções praticamente desconhecidas pelo público brasileiro: são filmes que datam dos anos sessenta, chegam aos anos noventa e desembocam na atual produção cinematográfica moscovita. Dentro do atual cinema russo,  cabe destacar o longa Tigre Branco(2013), da cineasta Karen Shakhnazarov.
 Sob o ponto de vista revolucionário, todas as atenções acabam se voltando logicamente para o cinema realizado na antiga União Soviética. Muito especialmente a safra de filmes que flagra a intersecção entre cinema soviético e vanguardas, é o que permite uma vital revisão crítica dentro do cinema político: a invenção esteticamente associada aos componentes do Construtivismo russo da década de vinte, foi brutalmente interrompida pela barbárie do stalinismo. Quem não dançasse conforme a flauta do realismo socialista, saia de trás da câmera direto para o campo de concentração. Mas mesmo após a morte de Stalin em 1953, o cinema e a arte soviética de um modo geral, permaneceram apartados da criatividade revolucionária proveniente das vanguardas. Pesquisar e debater as causas disto, leva-nos a uma soma de erros políticos e culturais da ex-União Sovietica(e por tabela da esquerda mundial). É isto que deve ser colocado em foco hoje pelos militantes de esquerda, se quisermos produzir e defender um cinema revolucionário.
  Historicamente falando, é bem mais frutífero ficarmos com os primeiros filmes de gigantes do cinema soviético como Eisenstein e Vertov.


                                                                                         Os Independentes

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