terça-feira, 29 de abril de 2014

No centenário de Lina Bo Bardi, refletimos sobre o espaço coletivo:

Em várias partes do mundo, críticos e arquitetos estão refletindo sobre o legado de Lina Bo Bardi. A transformação do espaço em sua  dimensão coletiva é uma ideia central que ainda não foi superada dentro da arquitetura contemporânea. Em meio á exposições no Brasil e no exterior que comemoram o centenário da artista, o que talvez seja vital no trabalho de Lina é o revolvimento dos espaços de convivência social, estabelecendo uma intervenção política na lógica individualista da cidade capitalista. 
 É o espaço livre voltado para a coletividade, a essência do projeto arquitetônico de Lina. Portanto no Brasil de hoje, quando o espaço público vem sendo destruído pela especulação capitalista, as concepções arquitetônicas de Lina Bo estão ligadas a um projeto de transformação política revolucionária. Observamos nas grandes cidades brasileiras de hoje um mar de individualismo e de tragédias coletivas: mendigos e viciados enquanto produtos históricos das relações de trabalho no capitalismo, ao mesmo tempo em que a projeção de edifícios e a organização do espaço são presas da alienação social. As contribuições de Lina(da valorização da cultura popular nordestina até o traço moderno) não podem sair da nossa pauta cultural.


                                                                                        Lúcia Gravas 

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