Derrotar o burguês também envolve ridiculariza-lo. Necessitamos hoje da criação de imagens que possam definir pela sátira e pela denúncia a classe social inimiga. Para que não tenhamos que inventar a roda novamente, devemos olhar para quem já tentou este feito demolidor na arte moderna. O artista alemão George Grosz é uma fonte que não dá para ser ignorada.
Assimilando a modernidade do expressionismo e as marteladas do Dadá, este artista atacou com tamanha selvageria a imagem da burguesia, que até hoje suas obras são úteis para demonstrar a podridão capitalista. Glutões babando grana, tristes prostitutas, operários melancólicos, militares ambiciosos, autoridades religiosas coniventes com a ordem capitalista e toda barra pesada da Alemanha das primeiras décadas do século passado na Alemanha. Este é o material para os traços furiosos da arte de Grosz. Se hoje precisamos revelar aos trabalhadores quem é quem neste país, desconstruindo o nacionalismo que só serve para ocultar as classes sociais, Grosz torna-se uma referência pra lá de necessária.
Geraldo Vermelhão
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