sábado, 28 de junho de 2014

Esquerda, futebol e o papel da arte de contestação social:

O fato é: o futebol está enraizado na cultura brasileira. Alguma novidade? Nenhuma. Qual seria o problema? Enquanto experiência cultural em si, não temos nada contra o futebol. O que questionamos com energia é a instrumentalização do futebol pelas cadeias produtivas e comerciais submetidas ao capital, aos interesses do imperialismo.Nunca cogitamos que a arte militante possa no terreno cultural da luta de classes, competir de igual pra igual com a bola. Oswald de Andrade insistiu no aspecto narcotizante do futebol para as massas. Não apenas concordamos com Oswald, como vários de nossos colaboradores exprimiram mais de uma vez a necessidade da arte ser perante a Copa do mundo, fonte de protesto e contestação social. Como deveríamos agir durante as próximas semanas? A esquerda em suas inúmeras divergências apresenta diagnósticos distintos e conflitantes: para alguns opor-se á Copa é dar gás para uma direita raivosa que está procurando cavar espaço. Para outros esta Copa expressa os interesses  do Estado capitalista. Outros ainda dizem que não seria mais estratégico no momento protestar. " O que fazer ? ".
   Para não sermos idealistas, é preciso nos concentrarmos nas necessidades concretas da classe operária. A luta no plano cultural, em suas implicações ideológicas, não se resolve do dia pra noite. Como o ritmo da luta de classes não pode ser previsto(a consciência revolucionária, resultante também do esforço artístico, apresenta saltos comprovados historicamente), o trabalho de formiguinha do artista de esquerda deve continuar sendo realizado, independentemente de orientação ou corrente política. Atuando sobre a sensibilidade daqueles que participam dos movimentos e das organizações de esquerda, a arte realiza sua longa missão libertária na direção do socialismo. E não importa se a bola está em campo ou não.

                                                                              Conselho Editorial Lanterna
   

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