Um mar de bandeirinhas verde a amarelas deixam a rotina enlouquecida: os meios de comunicação estão histéricos e dali cornetas e gente buzinando. E ainda agorinha, estava eu tomando um café no centro e vi um mendigo com a camisa canarinho e um chapéu de festa junina. Esta imagem atiça a imaginação de qualquer escritor engajado: denúncia já! Reflexão social enquanto combate estético. Como será que a literatura pode reagir a estes contrastes que chuteira nenhuma esconde?
Mais uma vez defendo o realismo. O fato é que a narrativa da cultura dominante conduz á percepção das massas para o bueiro do nacionalismo, de modo apelativo e portanto distorcido. Sendo assim outras narrativas, atentas em compreender a totalidade das relações sociais , devem emergir e chegar aos olhos(e se possível ouvidos) do proletariado brasileiro. A literatura precisa cumprir um papel dinâmico na dialética da cultura, revelando pelas imagens em contradição com o histerismo publicitário, que o futebol está longe de ser a prioridade das prioridades.
Lúcia Gravas
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