sexta-feira, 27 de junho de 2014

A Estética de Brecht precisa chacoalhar a produção artística em geral:

Como é triste observar espectadores de peças teatrais, filmes, novelas e minisséries tragados pelo ilusionismo plastificado... Como é comprometedor o leitor que se entrega ás artimanhas de um escritor que não quer esclarecer ninguém sobre nada. A cultura dominante feita á imagem e semelhança do capital, não poupa esforços para destruir o pensamento crítico. Convertendo gente em coisa, espectador em consumidor, a arte que narcotiza precisa ser rebatida pela arte que esclarece, que instrui e portanto emancipa consciências. Neste sentido as reflexões de Bertolt Brecht são insuperáveis.
  As lições do dramaturgo, poeta e teatrólogo extrapolam, como se sabe, os limites da arte teatral e tornam-se um norte estético para todas as artes. Despojamento, inteligência, ironia, exposição objetiva e popular; e enfim o distanciamento crítico que possibilita a reflexão... Estas características de Brecht são indesejáveis tanto para os meninos e meninas de classe média que possuem dificuldades para entender a arte em sua força política, quanto pelo sistema que necessita de consumidores que não pensam no real funcionamento deste mundo. Em Brecht não cabe vaidade e individualismo, mas um método que impede com que a arte seja um mar que traga " o outro " para sabe-se lá aonde.Não é fuga do real mas a exigência da sua transformação concreta. Este método, que é a maior expressão da Estética dentro do Materialismo Histórico Dialético, diverte e ao mesmo tempo faz pensar. Diversão e reflexão formam experiências culturais que colocam a cachola dos trabalhadores para funcionar. Aliás no Brasil, aonde Brecht ficou muito restrido ao ambiente de classe média, é preciso que sua obra chegue de uma vez por todas até o coração/cérebro da classe trabalhadora. Temos um longo trabalho pela frente.


                                                                                                      Lenito 

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