(...) " - Um roubo. É o que tem sido demonstrado categoricamente pelos filósofos e vem nos livros. Vejam: mais de uma légua de terra, casas, mata, açude, gado, tudo de um homem. Não está certo.
Marciano, mulato esbodegado, regalou-se, entronchando-se todo e mostrando as gengivas banguelas:
- O senhor tem razão, seu Padilha. Eu não entendo, sou bruto, mas perco o sono assuntando nisso. A gente se mata por causa dos outros. É ou não é, Casimiro?
Casimiro Lopes franziu as ventas, declarou que as coisas desde o começo do mundo tinham dono.
- Qual dono! Gritou Padilha. O que há é que morremos trabalhando para enriquecer os outros. "(...).
Graciliano Ramos, 1934.
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