O cinema brasileiro anda tão colonizado, que a fotografia e o naturalismo hollywoodiano surgem em muitos filmes como algo inerente á linguagem cinematográfica. E olha que isto que vem ocorrendo não apenas com os gêneros de comédia e ação, presas fáceis das estéticas imperialistas, pois a cooptação rola também com o drama político e as temáticas regionais, cada vez mais parecidos com filmes de " americano cabeça ", que na realidade são expressões " artísticas " da própria intelectualidade da classe dominante.
Muitos críticos enchem a boca para falar da importância que o cinema brasileiro possui para o mercado. Mercado? Quem disse que a condição mercadológica representa alguma melhora para o cinema brasileiro? Ah, claro... O público! Mas de que público estamos falando? São plateias que participam da construção de um pensamento cinematográfico capaz de responder aos aspectos essenciais de nossa realidade econômica e cultural, ou apenas pessoas que se comportam perante a tela da mesma maneira que se comportam diante de um gol ou de um comercial de TV? Em nossa opinião o cinema abrange um processo que desde o argumento até a exibição, está comprometido com uma determinada visão de mundo. Cinema e capital são compadres de longa data... Mas Cinema e proletariado formam uma união política-cultural que condiz com as necessidades históricas de libertação. Eisenstein já nos ensinou que a forma e o conteúdo do filme não se separam em sua significação ideológica.
O que o cinema brasileiro mais precisa hoje não são estrelinhas na testa e um elogio capitalista de " parabéns ". Precisamos é de um pensamento cinematográfico que possa exprimir com originalidade e independência os dramas sociais deste século.
Lenito
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