segunda-feira, 16 de junho de 2014

A necessidade de um pensamento cinematográfico original:

O cinema brasileiro anda tão colonizado, que a fotografia e o naturalismo hollywoodiano surgem em muitos filmes como algo inerente á linguagem cinematográfica. E olha que isto que vem ocorrendo não apenas com os gêneros de comédia e ação, presas fáceis das estéticas imperialistas, pois a cooptação rola também com o drama político e as temáticas regionais, cada vez mais parecidos com filmes de " americano cabeça ", que na realidade são expressões " artísticas " da própria intelectualidade da classe dominante. 
Muitos críticos enchem a boca para falar da importância que o cinema brasileiro possui para o mercado. Mercado? Quem disse que a condição mercadológica representa alguma melhora para o cinema brasileiro? Ah, claro... O público! Mas de que público estamos falando? São plateias que participam da construção de um pensamento cinematográfico capaz de responder aos aspectos essenciais de nossa realidade econômica e cultural, ou apenas pessoas que se comportam perante a tela da mesma maneira que se comportam diante de um gol ou de um comercial de TV? Em nossa opinião o cinema abrange um processo que desde o argumento até a exibição, está comprometido com uma determinada visão de mundo. Cinema e capital são compadres de longa data... Mas Cinema e proletariado formam uma união política-cultural que condiz com as  necessidades históricas de libertação. Eisenstein já nos ensinou que a forma e o conteúdo do filme não se separam em sua significação ideológica. 
 O que o cinema brasileiro mais precisa hoje não são estrelinhas na testa e um  elogio capitalista de " parabéns ". Precisamos é de um pensamento cinematográfico que possa exprimir com originalidade e independência os dramas sociais deste século.

                                                                                   Lenito     

Nenhum comentário:

Postar um comentário