sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A busca por um pensamento cinematográfico:

Tratado como batata ou cebola, o filme é um objeto produzido para o mercado, sem que se considere suas reais implicações políticas. Estas, partes integrantes da realidade nacional, estão descartadas quando o cinema é subordinado á mesquinhez comercial. No máximo valorizam-se aspectos estilísticos de determinados  cineastas, geralmente portadores de " qualidades " artísticas particulares quanto á fotografia, o tema, á direção de atores, o ritmo de montagem, etc. Isto é pouco: o cinema como afirmou Glauber " é a expressão mais radical da política ", sendo o seu papel insubstituível para se pensar os problemas e os desafios do Brasil.
  Devemos superar a divisão cinematográfica que tanto agrada ao sistema: comercial versus obra de arte. Não se trata de opor blockbuster ao filme cult, já que ambos alimentam economicamente o capitalismo(sem contar que muitos críticos, carentes de qualquer critério ideológico ou minimamente ético,  transformam o blockbuster de ontem no cult de hoje...). O que precisamos no atual estágio de desenvolvimento do cinema brasileiro, é de um pensamento cinematográfico capaz de aglutinar entre autores um projeto de transformação cultural/política. Alex Viany, Nelson Pereira dos Santos, Glauber Rocha... Estes nomes são para a História do cinema brasileiro antecedentes que contribuem efetivamente para um programa estético, fundado sobre a necessidade de uma cinematografia mais combativa e menos evasiva. O que carecemos hoje é de um autentico pensamento cinematográfico.


                                                                                         Geraldo Vermelhão

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