terça-feira, 9 de setembro de 2014

O porão de Bob Dylan:

Quando Bob Dylan sofreu o famoso acidente de motocicleta em julho de 1966, era como se uma das principais divisões da contracultura tivesse batido em retirada. A reclusão de Dylan no entanto passou a alimentar a imaginação musical dos fãs de rock do planeta: o que o compositor estaria fazendo? Abre-se portanto um mítico período da vida de Bob Dylan, no qual o cara literalmente ia até o porão com a sua banda gravar. Tais gravações deverão chegar até nós em 4 novembro: serão lançados seis CD´s contendo 138 músicas gravadas durante a reclusão do músico no final dos anos sessenta.
  Se parte destas gravações já estão por aí há décadas em inúmeros bootlegs, este lançamento parece ser um apanhado mais sistemático da produção de um artista que até pouco tempo antes do acidente, havia revolucionado a música popular. De mito folk que ajudou a reativar a canção de protesto, Dylan sacou a partir de 1965 a amplitude estética e comunicativa do rock: enfrentando a fúria de puristas, Bob Dylan meteu a guitarra elétrica em sua música e deu continuidade ás críticas sociais, ao mesmo tempo em que sofisticava suas composições com letras influenciadas pela literatura beat e em certa medida pelo surrealismo. Se o acidente de 1966 interrompeu uma fase de ouro traduzida nos três álbuns seminais Bringing  It All Back Home(1965), Highway 61 Revisited(1965) e Blonde on Blonde(1966), torna-se no mínimo intrigante sabermos mais sobre o tipo de som que Dylan faria no seu porão.


                                                                                                   Tupinik

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