quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O ator é um combatente:

O ator que queremos não é uma curiosidade de vitrine. Não é animador da burguesia e nem coloca o seu corpo emprestado para servir aos baixos interesses do comércio. Esteja o ator no palco, no filme, na televisão (ou simplesmente na vida, agindo e se manifestando pelas ruas) ele precisa agarrar o espectador: seja para acorda-lo, interroga-lo ou simplesmente faze-lo gritar diante de um mundo revoltante.
  Aquele que interpreta, exatamente porque sabe que todos nós atuamos a partir de papeis pré- estabelecidos, propõe uma reflexão social. O personagem é um rascunho de nós mesmos, em que o ator não procura apenas " dar vida ", mas situa-lo frente a um conjunto de problemas e valores. Será que a maioria dos atores brasileiros apresentam a consciência exata da sua potencialidade política? Não faço patrulha ideológica para aqueles que atuam no contexto comercial, porque como todos os trabalhadores o ator precisa pagar as contas. Mas faço um apelo: sendo a vaidade uma arma do capital, o ator não pode ser a sua encarnação mais barata. Ao ator cabe agir sobre a realidade, interferindo sobre a consciência da população. O ator que não se interessa por política ou é atropelado ou usam ele para atropelar o cérebro do proletariado. Os intérpretes de um personagem são autores e extensões de quais ideias? Para os atores que compreendem o funcionamento da sociedade vigente, se faz necessário converter o seu trabalho em ação cultural transformadora. Fora disso existem apenas celebridades.

                                                                                         Marta Dinamite 

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