Se as reuniões políticas ocupam boa parte da vida do militante político de esquerda, outras reuniões menos pragmáticas, também são necessárias. As organizações de esquerda sensíveis ao debate cultural, reconhecem a necessidade de nos encontrarmos, dentre outras coisas, para ouvir música. Este ato prazeroso, presente na vida da juventude, está longe de ser algo apolítico ou mesmo gratuito. São contextos em que a sensibilidade aflorada pelas melodias solidificam a ideologia socialista.
O período de eleições é uma correria total para militantes; pautas, debates, organização do material de agitação e propaganda, etc. Nos intervalos destas atividades, recomendo que se ouça boa música, especialmente aquela que expressa a revolta, o improviso sonoro e estimula discussões das mais variadas naturezas: estética, sexo, luta de classes, racismo, drogas, aborto, etc.
Reuniões musicais possibilitam recuperar uma dimensão cultural que vem sendo prejudicado pelo individualismo.Com a maioria das pessoas isoladas em seus fones de ouvido, ouvindo " suas próprias músicas ", o caráter do encontro e do bate papo vem sendo desvinculado da experiência musical. Mesmo em shows, a cultura reacionária de classe média dita a indiferença diante do outro, do cara que está do seu lado durante a apresentação de músicos. Reuniões musicais, que podem ocorrer em bares, apartamentos, casas e ao ar livre, enriquecem nossa subjetividade e contribuem para refletirmos sobre as relações progressistas entre música e política. Rock, jazz, samba, rap... Enfim, chega aí e vamos sentir a música!
Tupinik
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