Não faz muito tempo que o companheiro Augusto Boal nos deixou. O tempo pode passar mas o teatro de Boal é uma das coisas mais urgentes e atuais neste país saqueado pelo imperialismo(a necessidade deste teatro não vai passar tão cedo). Enquanto houver sistema capitalista, haverá oprimidos e portanto a possibilidade de um teatro eminentemente perigoso para a classe dominante: falo naturalmente de um teatro político autenticamente brasileiro. Entre o período de bravura do Arena nos anos sessenta e a tese do Teatro do Oprimido, existe uma vitalidade expressiva que encontra nos trabalhadores, nas camadas populares, os verdadeiros temas a serem abordados nos palcos brasileiros.
A overdose midiática em torno da Copa do mundo, reserva uma imagem do povo brasileiro que não corresponde á realidade econômica e social: uma grande quantidade de cimento verde e amarelo tenta tapar em vão a crise na economia, na política e na cultura. A denúncia desta mesma realidade, exercida em sua vitalidade poética e política encontra-se no teatro de Boal, verdadeira fonte por onde nos abastecemos esteticamente, possuídos por um ímpeto cênico que fornece elementos críticos para sentirmos/entendermos a sociedade do nosso tempo.
Perante Boal não é para ficarmos simplesmente nostálgicos. É preciso tomar este legado para que o teatro brasileiro tenha o seu lugar certo: um esforço vivo para conscientizar o povo.
Geraldo Vermelhão
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