sexta-feira, 2 de maio de 2014

Música e sindicalismo:

Reparando nos shows realizados pelo país neste último primeiro de maio, fico pensando na ausência de um esforço maior para se praticar e promover música de protesto. Longe de mim desqualificar os músicos que se apresentaram: as canções de sucesso, populares e portanto presentes no cotidiano dos trabalhadores, são fatos culturais(não tenho a menor intenção de enquadra-las na categoria de " reacionárias "). Mas mesmo que não se estabeleça artificialmente regras para o gosto musical do proletariado, meu questionamento permanece: por que diabos os sindicatos não priorizam uma produção musical que contribua para a consciência de classe ou ao menos para uma visão crítica perante a cultura dominante? .    
   Não sendo este um mero problema de gênero musical mas sim de ênfase sobre as qualidades ideológicas revolucionárias na música popular, creio que as correntes sindicais(refiro-me obviamente aquelas que concebem o sindicato enquanto espaço de educação política das categorias, voltadas para o combate ao capital e promotoras das ideias socialistas) não podem deixar de lado a questão cultural. Se o sindicato pode mobilizar para a greve, como é possível que o espaço de convivência cultural dos trabalhadores não possua atividades que fortaleçam a ideologia revolucionária? No caso da música, não precisa de muitas aparelhagem não. A exemplo do que já se fazia nos anos trinta, basta o sindicato descolar um caminhão e um microfone para que um violeiro dos bons suba na carroceria e cante sobre o ponto de vista revolucionário da classe operária.


                                                                                             Tupinik

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