sexta-feira, 9 de maio de 2014

Orientação para o atual Front das Artes:

 É visível, dentro da cultura vigente, que as lorotas do nacionalismo não tapeiam mais os trabalhadores. Está mais do que claro que pintar a superestrutura de verde e amarelo, é um inútil gesto reacionário quando a crise econômica arrasta o país para o inconformismo político. A oposição artística a todo aparato midiático promotor da Copa do Mundo, precisa se intensificar nas próximas semanas. A exemplo do que rolou nas jornadas de junho do ano passado, o florescer de uma simbologia revolucionária que contempla diferentes vertentes culturais(pop, construtivismo russo, punk, surrealismo, etc) precisa agir imediatamente sobre a sensibilidade do proletariado brasileiro. Sim, esta é uma tarefa árdua, até porque sabemos que a canalha anda solta por aí: cretinos pós-modernos adoram vociferar com letras de almofada e tatuagens acadêmicas, que não existiria mais " a unidade política em torno do proletariado ". É verdade que a fragmentação do espaço social do trabalho dificulta, e muito, a solidificação dos laços de solidariedade, e por tabela, o estabelecimento de experiências culturais orientadas para o socialismo.Porém, isto não nega a existência do proletariado(e por conseguinte a sua posição histórica para derrubar a classe dominante), sendo que o grilo mora mesmo é na estratégia correta para executarmos a agitação de caráter anticapitalista.
 No caso das iniciativas artísticas  propriamente ditas, pesa um duplo aspecto: 1- atividades de instrução, esclarecimento, ou seja de educação política. 2- Ações que atacam as raízes psíquicas do sistema em nós, o que requer uma arte violenta, de natureza iconoclasta. Esta dialética( verificada nas reflexões de artistas e pensadores como Glauber Rocha), entre atividades que enfocam ora o aspecto educativo, ora a explosão anárquica, precisam operar-se conflituosamente  dentro da esquerda. Um front das artes deve ser imediatamente reivindicado por comunistas e anarquistas em seus respectivos setores de atuação.
 O tempo dos acadêmicos descolados já passou. A luta de classes quebrou o nariz empinado do intelectual pequeno burguês. Perante o acúmulo de erros políticos da esquerda majoritária e os riscos iminentes de uma direita golpista, a orientação para os artistas revolucionários passa pela desconstrução dos mitos nacionalistas e a construção de vivências culturais identificadas com o socialismo.


                                                                      Afonso Machado
 

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