terça-feira, 6 de maio de 2014

Lygia Clark abala NY:

Os gringos estão perplexos com a arte contemporânea brasileira. Lygia Clark, artista que subverteu os limites institucionais da arte gerando experiências liberadoras da expressão(e dos sentidos), está com uma retrospectiva no MOMA, em Nova York. É ótimo que eles conheçam a obra de Lygia, mas esperamos que seja evidenciado que o trabalho dela ultrapassa qualquer espécie de convenção: é um trabalho de desconstrução de alicerces estéticos definidos. Em Lygia Clark a expressão artística envolve uma redescoberta do corpo e dos objetos do mundo, numa vivência libertária(e isto ultrapassa qualquer instituição para se tornar uma coisa incontrolavelmente poética).
  Lygia é maior do que qualquer museu, que qualquer espaço oficial. Da sua pintura tridimensional chegando até objetos que interferem na percepção através do aspecto tátil e criativo(Os Bichos, de 1963, por exemplo) e finalmente á grandes experiências corpóreas como A Casa é o Corpo (1968) e Baba Antropofágica(1970),a artista questionou o que é arte(chegando inclusive até á medula da expressão). Ao mesmo tempo que a sua obra é cada vez mais conhecida, cada vez mais internacionalizada, não vamos perder de antemão a força libertadora/participativa que a sua expressão exige.


                                                                                      Marta Dinamite 

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