Na França do século XVIII, as trupes teatrais sofriam com a censura do Antigo Regime. Mas com a Revolução batendo na porta da História, o próprio teatro tornava-se ousado, inventivo e...popular. No Brasil de hoje, ainda que não tenha (aparentemente) revolução no ar, mas sim protestos sociais a caminho, o teatro deve se popularizar para tornar-se inventivo.
As fontes de comunicação popular são vitais para o alcance político do teatro. A História ensina: na França de 1789 os atores incorporavam ao seu repertório de contestação social, a fala dos vendedores de peixe. Na Rússia revolucionária de 1917, Meyerhold prestava atenção nas feiras, no circo, no teatro de variedades... Portanto para os atores que não querem ficar brincando de serem outras pessoas, é preciso incorporar a linguagem popular de hoje e estabelecer um teatro de enfrentamento. Enquanto a bola rola de forma boçal pelos campos verdes de fome e amarelo de doença, um teatro sadio e contestador terá grandes chances de se efetivar. Ele será uma ferramenta insubstituível na luta de classes.
Os Independentes
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