A vastidão da experiência audiovisual hoje, é um negócio louquíssimo e irrefreável. Com o cotidiano feito de telas com imagens em movimento, qualquer revolucionário que se preze tem que ter uma noção mínima do papel ideológico na linguagem cinematográfica. É preciso que todo militante conheça um pouco da História do cinema, para conseguir obter referências acerca de uma gramática audiovisual capaz de desconstruir a engrenagem do capitalismo.
É por estas e outras que o cineclube cumpre um papel indiscutível para a prática cultural anticapitalista. O cineclube nos mostra que o significado do filme não está dado, sendo necessário o permanente debate sobre filmes antigos e novos. Um filme nunca está terminado até que os espectadores o interpretem. Tanto as organizações de esquerda quanto o movimento estudantil sabiam disso. Será que o cineclubismo está para ser esquecido perante as novas engenhocas do audiovisual? Eu penso que é exatamente o contrário: se todos podem produzir audiovisual então a experiência da exibição não pode ficar em telinhas mas precisa circular por salas públicas de cinema. Novos autores cinematográficos podem surgir a partir do estudo do cinema e da criação cotidiana. Um cinema revolucionário, capaz de fazer oposição á mídia capitalista, precisa de salas públicas de exibição. Isto é uma das missões culturais da esquerda brasileira.
Lúcia Gravas
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