quarta-feira, 28 de maio de 2014

Samba que o imperialista não quer ver:

Como não acredito em fronteiras culturais, acho que os gringos devem ser bem recebidos nestes tempos de Copa. Porém, não podemos aceitar as caricaturas que o imperialismo estabelece. A palavra "samba" por exemplo, deve ser retirada do seu aspecto paradisíaco, de " curiosidade musical ", tão ao gosto de alguns turistas bobos alegres. Não aceitando o crivo de " exótico ", o nosso canto, o nosso batuque e a nossa dança não são frutos de alegria alienada: elas exprimem a alegria do guerreiro que não aceita as regras da classe dominante(sejam estas da nossa burguesia ou de qualquer outra).
  Se somos capazes de tirar ritmo de uma caixinha de fósforo e cantar apesar de todas as desgraças herdadas, é porque não temos vergonha de expressar quem somos nós. É porque não temos medo de protestar e mostrar que neste país, assim como em qualquer outro país capitalista, a cultura está condicionada pela luta de classes. Deixem os gringos sambarem. Deixem os gringos baterem fotos da nossa miséria econômica. Enquanto eles fazem isso, nós explicamos pela alegria trágica do samba que o povo não tem sorriso dócil: o povo tem sorriso de combatente. 


                                                                                        Tupinik 

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