segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A imagem que participa:

Num cercadinho de ovelhas, o importante é aceitar as imagens voltadas para o consumo. É exatamente isso que os capitalistas querem. No entanto, já que o homem não é uma ovelha, a maneira encontrada para se opor culturalmente/politicamente a este cenário  é a criação, em especial a criação de imagens que escapam á lógica/controle da compra e venda que escraviza um mundo feito de mercadorias. Mas criar exatamente o que? O que pode a criação? Para nietzscheanos em geral, seria um ato voltado para o indivíduo(e não uma ação que luta contra a sociedade de classes), como se fosse possível romper com toda uma estrutura produtiva apenas a partir de um isolado esforço mental, uma abstrata/individualista " vontade de potência ". Em nossa opinião criar, sobretudo em suas implicações estéticas, envolve a necessidade de um psiquismo que interfere diretamente sobre a realidade política. É portanto para a coletividade que se deve voltar a imagem que não adequa-se ao consumo alienante. É a " obra de arte " uma expressão que toma de assalto os sentidos humanos perante a organização capitalista do espaço.  É a expressão artística uma ação sobre a matéria e contra um tipo de organização material, e não um espectro que não consegue atuar politicamente sobre as estruturas mentais(que estão historicamente condicionadas por um tipo de educação voltada para o mercado).
 A luta do artista é pois a mesma do militante político, com a diferença de que o primeiro possui um terreno específico, composto com elementos sensíveis e no qual o resultado não pode ser medido matematicamente. Não fiquemos na intervenção pela intervenção, mas na atuação que visa desestabilizar as certezas ilusórias de um sistema predatório. É a criação artística uma forma de participação política que contradiz os interesses da classe dominante.


                                                                             Os Independentes

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