sábado, 23 de agosto de 2014

É preciso lembrar os crimes do Estado Novo contra escritores e artistas:

Estão rolando homenagens por demais carinhosas ao presidente Getúlio Vargas. Porém, pensando nos tempos sombrios do Estado Novo(1937-45), fica difícil não nos lembrarmo-nos também da censura, das perseguições e das prisões de inúmeros militantes comunistas, inclusive escritores e artistas. Mesmo antes de Vargas ter dado(mais um) golpe em fins de 1937, a barra já estava pesada para vários escritores que procuravam fazer da literatura um instrumento de reflexão social e oposição política(em 1936 muitos começaram a ir em cana). Patrícia Galvão, Jorge Amado, Rachel de Queiroz e Graciliano Ramos estão entre os nomes mais conhecidos que foram vítimas da intolerância política de Vargas.
 Se é para fazer homenagens, nós do Lanterna preferimos homenagear artistas e intelectuais que tiveram coragem de revelar um país marcado de cabo a rabo pelas desigualdades: camponeses famintos, retirantes e operários em luta contra o capital. Não era isto que aparecia nas patéticas propagandas do DIP. Como poderíamos então ser condescendentes com o nacionalismo e o autoritarismo da Era Vargas? Como esquecer as prisões e a tortura contra aqueles que lutavam por uma sociedade igualitária?  Nosso brinde vai para os artistas revolucionários e todos os militantes que não tiveram medo de expor a verdade social acerca de um país feito de profundas contradições.


                                                                                Conselho Editorial Lanterna 

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