Ando absolutamente de saco cheio das convenções da escrita. Mais de um século se passou após as vanguardas racharem no meio as regras da literatura, e as pessoas que escrevem, sejam elas teóricas ou propriamente produtoras de textos literários, vivem com cadeados na língua. As regras gramaticais ficam apenas aporrinhando, cortando o fluxo da autentica linguagem, intimidando as imagens livres que o escritor evoca sobre o mundo.
Esta queixa tem sido feita não apenas por críticos e escritores malditos, mas também por linguistas e estudiosos da língua portuguesa em geral. Quanto a mim estou com Oswald de Andrade e Glauber Rocha: é preciso buscar uma língua nova, livre e sem arcaísmos, para que ela possa de fato revelar o caldeirão muito louco que é a cultura brasileira. Não adianta falar em ideias revolucionárias no campo literário e ficar como um cordeirinho diante das imposições que a classe dominante coloca sobre a escrita. É BEM MIÓ, NÓIS SER ESCRITORES LIBERTÁRIO, do que ficar de chamego com regras. E que se dane a norma culta!
Marta Dinamite
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