sexta-feira, 15 de agosto de 2014

E Lukács está por fora...

A coisa mais comum do mundo, é quando algum desavisado, toma as reflexões estéticas de Lukács como  sendo  a Estética " oficial " do pensamento marxista. O filósofo húngaro pode até ter feito críticas consistentes ás baboseiras do stalinismo(ainda que usasse os cinco dedos, sendo um tanto diplomático) mas sua Estética baseada numa acepção clássica do realismo não compreende as necessidades expressivas da arte do nosso tempo. A s observações do cara dizem respeito no máximo ás questões literárias e artísticas do século XIX.
 Ignorando as vanguardas e seus desdobramentos culturais, e tentando adequar a crítica da Economia Política aos preceitos de uma concepção artística que abarca uma pretensa " totalidade ", Lukács não percebeu o quanto de burguês existe no realismo crítico. Combater a alienação por meio da arte não pode significar a ausência de pesquisas formais, nem a constatação histórica de que a única maneira de conscientizar o público seja pela hierarquização de elementos que compõem uma estrutura realista invariável. Quando os trabalhadores se rebelam contra o capital e a arte recusa a moral burguesa pela renovação da linguagem, existem relações históricas entre ambas as dimensões. Portanto uma arte livre, porque contrária ao status quo, possui um sentido revolucionário muito maior do que a reprodução historicista da realidade.


                                                                                                  Os Independentes

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