Na contramão da vidinha literária brasileira, acadêmica e regada a chazinho com biscoitos, o legado da beat generation cumpre um papel seminal entre os poetas contestadores. Isto vem se confirmando sobretudo nos últimos quinze anos, quando os espíritos literários mais antenados e inquietos, percorrem os botecos da vida com livros de bolso de autores como Ginsberg e Kerouac, declamando poemas ou trechos de romances; ou ainda discutindo calorosamente as correspondências diretas entre arte e vida através de uma escrita libertária. Para este pessoal que contribui com a literatura anti establishment muito mais do que os chamados " clássicos engajados " do romance social, aqui vai uma boa notícia: o poeta, tradutor e ensaísta Cláudio Willer acaba de lançar pela L&PM Os Rebeldes: Geração Beat e Anarquismo Místico. Trata-se de um estudo porreta, no qual Willer expõe enquanto um dos principais pesquisadores do assunto no Brasil, que os beats trouxeram importantes valores de emancipação para o texto literário e para as demais formas de contestação social. Willer, ao lado de outros poetas como o falecido Roberto Piva, revelou o valor internacionalista da beat, produzindo um legado poético original em clara conexão com a contracultura norte americana.
A conexão da jovem poesia brasileira com a geração beat não cessa de crescer, sendo portanto bem vindo mais este livro de Cláudio Willer, um amigo valioso dos jovens poetas iluminados deste país.
Os Independentes
Nenhum comentário:
Postar um comentário