Não basta a classe dominante norte americana, educar a nação dentro das mentiras do sonho americano. Exportando sua ideologia calcada na noção de uma " terra de eleitos " ou simplesmente de heróis de guerra, o imperialismo norte americano faz muita gente da classe média brasileira adotar pateticamente este mesmo sonho de glórias e " prosperidade econômica "(rs). Pois bem, para desmanchar estas baboseiras de um país belicoso e promotor do capital, é extremamente importante que o público(inclusive brasileiro) tome contato com o outro lado da América: uma América de proletários, de marginais, de grupos e etnias discriminados pela elite branca. No panteão dos artistas rebeldes, que detonam o sonho americano, podemos encontrar o dramaturgo e escritor Eugene O´Neill.
Eugene teve uma vida barra pesada, marcada por dificuldades e problemas com álcool.Superando estas dificuldades, ele ajuda a estruturar uma importante dramaturgia durante as primeiras décadas do século passado. Convivendo com a boemia do mítico Greenwich Village, em New York, ele era parte de um importante circulo de intelectuais e artistas anticapitalistas, cabendo destacar o jornalista comunista John Reed e a militante anarquista Emma Goldman . Socialista libertário, Eugene O´Neill apesar de amarguras e contradições, nos lega uma dramaturgia feita de personagens oprimidos e completamente desajustados. Com uma impressionante desenvoltura para se chegar a um realismo brutal, que não poupa nenhuma instituição e atento aos problemas econômicos, este autor norte americano é fundamental para que olhemos para a cultura dos EUA não como sendo apenas aquela que promove o imperialismo. Na sombra da Estátua da Liberdade, existem artistas rebeldes e escritores revolucionários.
Lúcia Gravas
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