Perante a classe média, narcisista e mentalmente colonizada pela cultura norte americana, o teatro brasileiro pode partir tanto para o consentimento com o gosto medíocre quanto para a agressão aos valores morais que constituem esta classe. Se por uma questão econômica são feitas concessões de linguagem, fazendo peças teatrais se confundirem com telenovelas ou importação na linha Broadway, alguns poucos partem para outras formas de incentivo e também para outras estratégias cênicas. A performance, que atualmente vem sendo um espaço de síntese entre o ator e o artista plástico, torna favorável o contexto para uma arte de agressão ou pelo menos de estranhamento. Entretanto, esta atitude que geralmente é avançada sob o ponto de vista estético, não pode se afastar do público popular: são os trabalhadores que passam de um lado para o outro na rua, que devem formar o público desejado por todo ator progressista; que não aguenta mais os gostos ditatoriais da pequena burguesia.
Seja procurando inventivo governamental ou partindo para a autogestão, os grupos teatrais que realmente tem algo a dizer, devem encaminhar-se em direção ao povo.
Geraldo Vermelhão
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